quinta-feira, 6 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Pensamento confuso


Que confusão vem a ser esta?
Sim, ontem foi um choque de carrinhos. Raio do fedelho e de quem chocou.
E o mês nunca mais acaba mas eu também não quero que acabe, só quero ver e não vejo de tão distante que está dos meus olhos e tão perto que está do coração, quase que me cega a razão.
Mas que raio de pensamentos que são tantos que não aguento, vou explodir num tarda e nem sei o que aparecerá na autópsia senão isto: cérebro destruído por informação confusa a mais e resultados de menos.
Isto só a mim, que se matei alguém noutra reencarnação declaro aqui que já me arrependi, visto que estou a sofrer o dobro do que é uma vida e assim já é demais.
Não é de admirar que ande a formar este texto confuso, com “Memorial do Convento” à cabeceira e “O Primo Basílio” que já partiu, e mais outros que virão… Chamam-lhe instrução e, não discordando, a minha cabeça absorve isto e junta-os à confusão do meu cérebro que às vezes envenena o meu coração. Ora, se os órgãos do meu corpo lutam entre si e não colaboram, imaginem colocar este ser no mundo e esperar que ele colabore com a restante loucura que paira sobre cada um de nós.
E se as vontades fossem realmente uma nuvem dentro do corpo, no meu ou faria bom tempo, pois às vezes dou por falta de nuvens, ou estaria um céu louco, cheio de nuvens boomerang.
Quando a melancolia vem é difícil de despistá-la e, para dar voz a essa melancolia, recorro ao MP3, ouvindo recentemente “You Are Not Alone”, “Heal the world”, “Bad”, “Beat It” e “Billie Jean” de Michael Jackson, que em voz já não morre, esse melhor que muitos de nós está agora, mas que em vida se atirava do poço aos poucos, do poço ou de uma maca de operações. Quem me ouviu e quem me ouve falar sobre ele… da noite para o dia, da vida para a morte, transformou-se a minha opinião acerca deste homem, ou melhor, desta alma penada.
Isto porque depois de morto passaram várias entrevistas e músicas dele. Só assim eu as ouvi, que antes baseava a minha opinião nas polémicas e dizia que não gostava nada dele: “Até me admira ter morrido com esta idade, depois de tanta porcaria que fez e tomou!”, pensei eu. Mas, na verdade, às vezes só dá vontade de tomar medicação e mais porcarias para esquecer os problemas. Acho que 20 Chanax por dia era o que muitos de nós precisava, e só não o fazemos porque sabemos que este corpo, que tem de aguentar tantos problemas, não consegue aguentar tantos medicamentos. Fomos feitos para sofrer, é o que é.
Bem, retomando a conversa acerca do Michael Jackson, eu acho que o compreendo um pouco melhor e até me dá alguma pena (pelo menos em algumas partes da sua vida). Um pai que bate num rapaz quando este não faz as coisas como ele quer e que lhe tira a infância (por isso ele adorava Peter Pan), deixa qualquer um traumatizado. Irmãos que fazem sexo no mesmo quarto onde ele está a dormir e obrigam-no a ouvir prazeres que para ele são torturas, é o suficiente para explicar aquela timidez e asco à palavra sexo (só não percebo porque mexe tanto no seu órgão sexual quando dança, talvez seja para assegurar que, depois de tantas operações, este ainda lá continue…).
Quanto às operações, ora se o pai gozava com o seu nariz e essa foi das primeiras partes do corpo que ele mudou… está explicado. Agora, que ele mente, mente (mas isso todos nós). É impossível só ter feito duas operações, e quanto ao caso de pedofilia não me vou pronunciar, pois não sei. Ele simplesmente diz que os aconchegava e contava histórias, punha música… isto há malucos para tudo, e agora que ele se calou de vez, não vale a pena especular mais (mas isto põe-me de pé atrás porque, se for verdade, eu nunca defenderia um pedófilo).
Quando oiço as músicas que mencionei, sinto-me mais agressiva ou mais melancólica, dependendo da que estou a ouvir, e sabe-me bem. Dizem que ele em palco se transformava completamente, e acho que já o entendo um pouco melhor. Dei por mim a ver as entrevistas que passavam com muita atenção, para o “analisar”. Foi, realmente, um personagem muito interessante… E, como diz o meu avô, foi o único a conseguir isto: nascer negro e morrer branco (e desfigurado).
E com isto, já o Rei da Pop tomou conta do meu texto… Raios me partam que nunca me ponho em primeiro!
Mas já não me apetece retomar as frases inicias, frases confusas, porque há pouco era como eu me sentia mas, como agora estou a voltar à calma da minha mente, já não me apetece escrever mais. Haverá dose para outra vez…
Não, ainda não enlouqueci mas, se continuar assim, pouco faltará. Quando não temos uma das pessoas que mais amamos ao pé, esta é uma das consequências.